Autor: Renata Achar

“Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos” – Colossenses 3:15.

Diante de tantas escolhas e decisões que temos de fazer diariamente, precisamos de uma referência confiável, alguém que julgue e confirme nossos caminhos. A alma deve contar com um poder que regula toda a vida do crente.

O apóstolo Paulo nos mostra que a paz de Cristo se constitui num juiz confiável. Com a presença do Espírito Santo em nossas vidas podemos aferir se estamos no caminho certo, tomando as decisões corretas, mediante a paz que Ele nos concede.

A cruz de Cristo nos trouxe a paz, porque também produziu reconciliação. Quando o nosso coração experimenta isso, a gratidão se torna uma atitude constante.

Você tem semeado gratidão pela paz que Cristo lhe deu, mesmo num tempo de desafios como este? Como você tem usufruído dessa paz em meio a tantas lutas que a vida lhe impõe?

Ore para que esse sentimento seja cada vez mais real e possa contaminar os que convivem com você.

“”Os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão”? – Mateus 15:33.

Partir o pão na comunhão dos santos é bem mais fácil do que fazê-lo no deserto. A multidão que seguia Jesus no deserto era grande e já estavam há três dias sem comer.

O nosso trabalho cristão, geralmente, fica restrito ao templo. Ali se concentram a adoração, os eventos, a evangelização. Esquecemos que o nosso desafio é o deserto, é lá fora que estão os famintos, os necessitados.

Estamos vivendo um paradoxo: não podemos, momentaneamente, estar no templo, mas também nos pedem que não estejamos lá fora. “Fiquem em casa” é a ordem. Neste momento da igreja quando não podemos nos reunir presencialmente o isolamento pode nos trazer a impressão de que nos encontramos no deserto, solitários; mas foi aí que Jesus realizou o milagre.

O milagre de Jesus, neste caso, não foi feito a partir do nada; ele o realizou utilizando o pouco que eles tinham: sete pães e alguns peixinhos foram encontrados com um menino que se dispôs a reparti-los. Utilizou o pouco que tinham e, depois de dar graças, o multiplicou e distribuiu ao povo.

Neste tempo de pandemia, reclusão, enfermidade e retração da economia será o momento de repartir o que temos com aqueles que estiverem em maior necessidade. Muitos, talvez, fiquem temporariamente sem suas fontes de renda. Estejamos atentos às necessidades.

Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado – Tiago 5:14.

O ânimo que o enfermo espera é a cura.

A oração pelos enfermos na família é fundamental, pois promove a multiplicação da saúde, segundo o texto, tanto física como espiritual.

Por parecer óbvio, não paramos para meditar nisso. Cada vitória sobre a enfermidade fortalece a fé, auxilia no perdão de pecados e engrossa o exército dos sãos, daqueles que passarão para o lado dos que são instrumentos de cura e salvação.

Você tem pessoas de sua família que precisam de cura? Estão doentes do corpo, da alma, ou de ambos? Você tem orado por elas e procurado servir de instrumento para a sua restauração?

“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. Tiago 5:1

“Eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados”. Mateus 9:2

Há várias formas de se animar e edificar alguém. Duas delas são demonstradas nesta experiência: a primeira, pelos amigos do paralitico. Amavam tanto o seu amigo que se dispuseram a subir ao telhado e através de um buraco descer o seu leito para que ele tivesse um encontro com Jesus.

A segunda, vinda do próprio Jesus, que anima o enfermo perdoando os seus pecados e o curando da paralisia ao ver a fé que eles demonstravam no mestre.

Antes de perdoar os seus pecados e o curar Jesus pede que ele tenha bom ânimo.

Quando exercitamos a fé e temos certeza de que Jesus está conosco o nosso estado de ânimo independe das circunstâncias. Sabemos que os nossos pecados estão perdoados e seremos curados, não importa o tipo de vírus ou enfermidade.

Seja você um instrumento de cura e consolo para alguém que está sofrendo. Há muitas pessoas que não creem num primeiro momento, vão precisar se amparar na sua fé para se achegarem a Cristo

“Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família. Por meio da fé ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé” – Hebreus 11:7.

Vida é construção! Construir consome muito tempo e recursos, destruir é mais fácil e pode ser feito em questão de segundos.

Amar a família é prover cuidado e segurança. Obedecendo a Deus Noé construiu a arca que acabou salvando a sua família e preservando a raça humana e os animais.

O apóstolo Pedro chama a nossa atenção para o fato que na preparação da arca, oito pessoas foram salvas, através da água, a qual figurando o batismo, também nos salva (I Pedro 3:20-21).

Na crise de saúde que estamos enfrentando parte da população tem levado as recomendações a sério, parte dela acha que há exagero nos cuidados. Sabemos, porém, que a situação é grave, inclusive pela experiência de outros países.

Ore e zele pelos seus familiares constantemente, ajudando no que for necessário. Ore pelos seus filhos e ensine-os a honrar os membros da família. Seja exemplo no cuidado, no amor, na retribuição e gratidão pelo que os membros de sua família têm feito

“Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda, e não deixaria que a sua casa fosse arrombada” – Mateus 24:43.

A violência está diariamente nas manchetes dos jornais. Em muitas cidades parece que já se perdeu o controle sobre as muitas formas de desrespeito à integridade das pessoas.

Vivemos em uma sociedade adoecida, violenta e corrupta, apesar de todo avanço tecnológico e das facilidades que temos à disposição.

O inimigo se manifesta de várias formas e o seu poder depende da resistência que encontra pela frente. Se ele não encontra o dono da casa, pode arrombá-la com facilidade e levar os seus bens.

O inimigo que enfrentamos é poderoso, mas o Senhor que criou todas as coisas sabe como desmontar todas as suas armadilhas, conhece todos os segredos.

É fundamental cobrirmos nossas famílias com oração. As famílias no Egito que tinham o sangue do cordeiro nas portas não foram atingidas pelo mal.

Ore pelos seus familiares constantemente. Peça por proteção e sabedoria no trabalho, estudos e ministérios. Ore por paz e discernimento nos momentos difíceis

Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus – II Timóteo 2:1.

O conselho do apóstolo Paulo a Timóteo é imperativo a todos os cristãos: para pelejarmos precisamos primeiro ser fortalecidos, adestrados. Não podemos sair para a peleja apenas com boas intenções e boa vontade.

Ao nos fortalecermos na graça de Cristo, somos renovados e capacitados para qualquer tipo de luta. Ele não disse que estaria conosco apenas nas batalhas mais fáceis, que conquistaríamos apenas as cidades sem sentinelas e guardas armados. A sua promessa é de que as portas do inferno não resistiriam ao poder da igreja.

É um processo contínuo, não nos fortalecemos uma única vez, nos aproximamos com fé diariamente e nos apropriamos do maná, como na experiência do povo de Israel no deserto.

Ore ao Senhor pela sua própria capacitação. Peça que Ele o fortifique e o capacite em todas as áreas da sua vida. Exercite a oração e a meditação na Palavra. Esteja atento à orientação diária do Espírito Santo em sua vida

Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos – Efésios 6:18.

Ter a oração respondida é fonte de ânimo para o cristão. João 9:31, porém, nos diz que “Deus não atende a pecadores, mas se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade a este atende”. Somente aquele que faz a sua vontade pode orar em Espírito e ter a certeza de que a sua oração será respondida.

A nossa oração não deve se basear em nossos planos e projetos, mas sim, estar em sintonia com a vontade e os desígnios de Deus, pois é Ele que estabelece os tempos e as estações – “é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes” – Daniel 2:21

Orar no Espírito é muito mais do que expressar desejos e necessidades a Deus através de palavras. É orar de acordo com a liderança e direção Dele.

Romanos 8.26 diz: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.

Precisamos neste momento, mais do que nunca, de homens e mulheres que orem discernindo a vontade de Deus para que a cura venha sobre a nossa nação.

“Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo”. 2 Coríntios 12:8-9

Este texto é visto por muitos estudiosos como um ensinamento do apóstolo Paulo sobre a prática da oração. Ele orou três vezes até que a resposta do Senhor viesse de forma clara e completa.

Daniel se propôs buscar ao Senhor e a resposta veio depois de uma grande batalha espiritual, quando o inimigo resistiu ao mensageiro por vinte e um dias (Daniel 10:10-21).

As duas experiências nos ensinam a não desanimarmos na prática da oração, não desistirmos até que tenhamos a clara orientação do Senhor.

Estamos diante de uma batalha que exigirá de nós perseverança na fé e na oração. À semelhança de Daniel e do apóstolo Paulo completemos o nosso tempo diante de Deus até que Ele nos dê a vitória

“Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer”. Daniel 6:10.

Estamos diante de uma crise de saúde inesperada. Fomos pegos de surpresa por um vírus para o qual ainda não há vacina disponível.

Quando Daniel foi surpreendido ele não se desesperou, não mudou a sua rotina, não desanimou, não blasfemou, não perdeu a sua fé. O texto nos diz que ele simplesmente continuou a fazer o que “estava acostumado a fazer”.

Se estamos com um decreto assinado contra a nossa saúde e a nossa economia acolhamos as medidas necessárias propostas pelas autoridades para nossa segurança. Alteremos nossa rotina no que é necessário, mas continuemos confiando em Deus, mantendo a fé naquele que tem o mundo em suas mãos, não deixando de fazer o que estamos acostumados a fazer: orar mais intensamente, confiando na provisão e no cuidado de Deus.

É tempo de estarmos juntos em oração como Igreja, o Corpo de Cristo, mesmo que por um tempo não possamos nos reunir presencialmente.